
Nasci
em São Paulo. Meus primeiros 10 anos de vida foram no Bairro da Liberdade.
Minha casa era uma das casinhas que ficavam ao redor de um terreno cimentado
com um abacateiro no centro. Os vizinhos eram de origem italiana, africana,
árabe e asiático. O clima era de compartilhamento e generosidade. Os papos ao
cair da noite eram animados e variados. Minhas lembranças são de uma vida
difícil, porem alegre. Um dia tentei transformar minha nota 3 do boletim
escolar em 8 e minha mãe foi chamada na escola. Não fui castigada, mas aprendi
que a chance de estudar não deveria ser desperdiçada. Me tornei uma
aluna-leitora aplicada. Pensei em ser advogada, depois psicóloga, por
identificar possibilidade de ação social nestas profissões. Depois pensei em
ser vídeo-maker independente, mas os equipamentos eram pesadíssimos e caros. A
fotografia apareceu como viável. Ser independente tem seu preço, mas poder
escolher e trabalhar minhas próprias pautas vale muito a pena. Já nos anos
setenta comecei a fotografar a Amazônia, a questão da mulher e da criança, os
movimentos sociais que pipocavam do norte ao sul.
Fui uma das fundadoras da
Agencia F.4, onde foi possível desenvolver um trabalho cooperativo por mais de
10 anos. Depois fui uma das fundadoras do Nafoto, almejando abrir para a
Fotografia Brasileira, os espaços que ela merecia no Brasil e no exterior.
Durante 20 anos conseguimos realizar o Mês Internacional da Fotografia, que
trouxe os melhores expoentes da Europa, EUA, e, sobretudo da desconhecida
América Latina. Meu foco continua sendo o ser humano e todo o universo ao seu
redor. Até hoje, consegui sobreviver sem vender a Alma.
A palestra de Nair Benedicto, com o tema “Não Desisto de Mim - III” – será ilustrada com fotografias
que possibilitam discussões sobre pautas, abordagem, dificuldades e soluções.
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